Um breve comentário sobre o poder feminino na música

This is a Man’s World… This is a Man’s World… but it wouldn’t be nothing… nothing without a woman or girl… James Brown tinha razão, afinal de contas. Nada melhor do que homenagear algumas das grandes cantoras. Mas vamos fazer isso de um jeito diferente.

Ao invés de escrever longos textos sobre duas ou três cantoras, resolvi criar, pela primeira vez, uma Coluna Playlist (ou Coluna Pipoca), por assim dizer. O foco não é detalhar sobre alguma coisa. Pelo menos desta vez. Vamos listar músicas que enalteçam a força feminina, com letras que dizem “a que veio”, sabe?

Só um adendo: nada de feminismo exagerado, assim como o machismo desenfreado é repugnante. Ambos os gêneros podem andar em paz sem denegrir o outro. A exaltação do poder feminino na música serve não só para deixar claro que elas tem o mesmo impacto que os homens como também pra dizer que ninguém pode impedi-las de ser elas mesmas, sem se esconder sob a sombra masculina. Afinal, é como dizem: “por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher”.

Pra começar o post, vamos citar Shania Twain, que foi a primeira coluna do ano. Resumindo, Shania lutou contra o provincianismo de Nashville ao mostrar seu umbigo nos videoclipes e mudar a cara da música country com uma sonoridade sexy e diferente de tudo já lançado. Vide Any Man of Mine:

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E, claro, seu maior hit onde a voz feminina é claramente imponente: queremos nos divertir e agir como homens. Dá pra ser ou tá difícil? Man! I Feel Like A Woman!:

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Continuando… Quem não poderia faltar aqui? Joan Marie Larkin, claro. Quem? Joan Jett! Só falar em mulheres do rock, automaticamente o nome dela vem à cabeça. Seu som pesado e carregado tornou-a uma das mulheres mais importantes do ramo. Ela fundou a banda feminina The Runaways, que não fez tanto sucesso assim na América, mas foi na carreira solo que ela atingiu êxito. Sucessos como I Hate Myself For Loving You e Bad Reputation marcaram uma geração. Sua versão de I Love Rock N’ Roll é a mais conhecida, que a elevou ao status de ícone do rock. Ouça abaixo Bad Reputation e I Love Rock N’ Roll:

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Outra importante mulher no cenário musical é Alanis Morissette. A canadense, que atingiu o estrelato aos 21 anos, ganhou 4 Grammys com seu disco Jagged Little Pill, o disco estreante mais bem sucedido da história. Um álbum puro e revoltado que transmite a agressividade, a dor e a angústia de uma jovem com os nervos a flor da pele. Vide You Oughta Know, onde ela relata a traição sem escrúpulos do ex-namorado:

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Atualmente, espiritualizada e mãe, ela reflete sobre misoginia e chovinismo em meio ao patriarcado. Como é ser mulher nos dias de hoje? A mulher pode se expressar com a mesma firmeza que o homem? Em Woman Down ela discute justamente sobre isso:

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Beyoncé realmente fincou seu nome na lista das cantoras mais importantes do showbiz. Depois da bem sucedida carreira nas Destiny’s Child, ela achou seu lugar ao sol em sua carreira solo – digamos que ela foi “além do sol”: 17 Grammys (solo e em conjunto) e cerca de 75 milhões de discos (carreira solo) vendidos. Em Single Ladies, ela dá uma dura nos homens que tem medo de compromisso: “se gosta mesmo de mim, coloque o anel aqui”:

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Produzida por Babyface, Best Thing I Never Had, cuja temática é semelhante a Irreplaceable (sucesso do disco B’Day), Beyoncé confronta o ex-namorado, dizendo que se sente feliz em tê-lo abandonado, devido a ele não ter reconhecido a importância dela em sua vida:

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E por último, pra fechar com chave com ouro… O nome dela é, naturalmente, sinônimo de mulher. É sinônimo de transgressão, de coragem. Papas na língua? Mexer com sua integridade artística e questionar a relevância e sua influência nos últimos 30 anos? Não, não e não. Who’s That Girl, afinal? Madonna, óbvio. Não dá pra definí-la só como cantora. É também atriz, diretora, empresária, performer, ícone pop, transgressora, coerente, inteligente e, acima de tudo, rainha do pop. Seu trono? Ninguém tira.

Em Express Yourself, ela encoraja as mulheres a colocar seu amor a prova e nunca se calarem diante das situações da vida e não se sentirem incapazes de dizer o que sentem. Um hino:

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Material Girl, mesmo com seu teor cômico, ela ribomba logo de cara. Madonna disse que se soubesse que seria associada a esse apelido para sempre, jamais teria gravado a canção (presente em seu segundo disco, Like A Virgin). O clipe traz uma Madonna satirizando Marilyn Monroe no filme “Os Homens Preferem as Loiras”, alegando que o dinheiro não traz a verdadeira felicidade:

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Claro que estas cantoras foram apenas exemplos do que aconteceu de relevante no cenário musical. Elas abriram portas para muitas outras cantoras que almejam o estrelato e, o mais importante: com um conceito, com inteligência e boas músicas.

Fonte: Recanto Adormecido

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